terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Odò ìyá! Ibá Orixá!

 
Motumbá Axé!


ORÍKÌ


Yemojá Olókun
Olómú aguìsi
Ìyá mi la Kèsan
Olòwò orí mi
Yemojá àgbódò dáhun ire

Senhora do mar
famosa pelos seios grandes
Minha mãe elegante
Dona da minha cabeça
Dentro das águas responde com o bem



Yemonjá  a tó f' ara ti bi oké
Bi o ni jó lè jó oní Yemonjá 
Àyaba ti gbé ibú omi.

Firme como a montanha
Ninguém consegue dançar  como o povo dela.
Rainha que anda nas profundezas das águas.


Ìyá odò  si omo gbè Ki ènyinàwa orò.

Ìyá odò  si omo gbè Ki ènyinàwa orò.

Mãe do rio que sustenta os filhos, cumprimentamos
A vós que sois para nós sagrada.

Iyemanjá nos cubra com sua energia purificadora! - Que esta grande Mãe leve para o fundo do mar a inveja e dê resignação aos invejosos!

Axé!
Babá Mejeuí Erisvaldo D'Ogum
Equede Flávia D"Oxaguian

Assessoria de Comunicação
Luciana D'Oxum/Equede do Ilê Axé Ogum Funmilayô.

Pense no Haiti, reze pelo Haiti

Motumbá Axé.


È muito triste perceber, que mesmo em meio a tragédia, como esta vivenciada por nossos irmãos haitianos, sentimos na pele a dor do racismo por meio da intolerância religiosa.
O terremoto que atingiu no último dia 12 de janeiro a capital do Haiti, arruinou a cidade. Hoje, o céu estrelado, é o teto de muitos haitianos. Porém ao longe, avistamos pontos iluminados nos morros do bairros nobres, onde o prejuízo foi menor.
A intolerância é tão cruel que o cônsul-geral do Haiti em São Paulo, George Antoine, declarou, sem saber que estava sendo gravado, que o terremoto que arruinou a cidade, foi bom para o consulado, pois assim, dariam a eles visibilidade, que o povo africano, que mora no Haiti, e que mexem com macumba, são malditos...
Quem de fato está na escuridão?


Hoje, o céu estrelado, é o teto do povo pobre haitiano.
O céu estrelado, é a moradia dos ancestrais, que emanam o axé, a força a luz, inclusive para tentar entender,
quem de fato de está na escuridão...

REZEM PELO HAITI.





Texto; Luciana D'Oxum/Equede do Ilê Axé Ogunfunmilayô.


Axé.
Babá Mejeuí Erisvaldo DOgum
Equede Flávia D'Oxaguian.

Assessoria de comunicação 
Luciana D'Oxum Equede do Ilê Axé Ogunfunmilayô.

À Cozinha

Motumbá Axé!

À Cozinha.
A cozinha brasileira é uma verdadeira fusão cultural: diferentes temperos aguçam o sabor, acrescentam cheiros e colorem os mais variados pratos de nossa culinária. Mas isso é somente uma pequena porcentagem da capacidade e utilidade que permeiam o cômodo bem requisitado dentro das casas. A cozinha vira um verdadeiro espaço de convívio, no qual são passados ensinamentos entre as gerações. Saberes populares são transmitidos através de receitas (que podem ou não cair bem para determinado momento), modos de comportamento, segredos de família, saberes...
Quem não aprendeu que a pimenta, por exemplo, esquenta o corpo, que tal folha serve para curar uma simples gripe ou até mesmo doenças mais graves, através de chás e banhos. Quais são as combinações, e o que não se pode misturar?
Quando iniciei no Candomblé uma das primeiras coisas que escutei de meu Babalorixá1 foi que: “Candomblé se faz na cozinha.”. Desde então, procurei estar presente nesse cômodo tão influente no cotidiano do Ilê Axé2 e é exatamente ali que, na maioria das vezes, ocorre o início dos rituais religiosos, onde são preparados os alimentos usados nos fundamentos. E que também se torna um espaço de convívio e aprendizado recíproco. Com o passar do tempo, comecei a reparar que estava reaprendendo o que já havia aprendido (me aperfeiçoando), mas ocorreram sutis diferenças, devido à conotação religiosa. E que há uma afirmativa muito forte da cultura afro-brasileira fazendo-se presente, muito mais que imaginava, na casa das pessoas e influindo no cotidiano individual e coletivoDiariamente comemos comidas similares que são preparadas para os Orixás, absorvendo a energia ali existente no alimento. Entendi que determinado prato, cor ou comportamento específicos causam-me mal estar por conta do estranhamento que o Orixá também tem com os mesmos, o que pode ser visto nas mais diferentes pessoas, inclusive as não ligadas à religião.
Se houvesse melhor clareza desse universo da religião de matriz africana, e entre outras tão massacradas pela cultura Grego-romana-judaica-cristã, com certeza haveria maior aceitação e tolerância das pessoas que não seguem essa ou aquela religião. A fobia deve-se ao não conhecimento do assunto – nós amamos somente aquilo que é de nossa esfera intelectual. E essa aversão é derivada da ignorância das pessoas (principalmente formadores de opinião) para determinados segmentos de credo que não têm conhecimento básico, acarretando uma distorção da realidade do cotidiano religioso tratado em questão. Diariamente, vemos acusações de conteúdos duvidosos e sem fundamentos, negando a verdade existente. Mensalmente são agredidos fiéis de diversas religiões não cristãs (principalmente os candomblecistas e umbandistas). Anualmente, são invadidos e violados os templos religiosos – fruto de um comportamento denominado INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, o qual é preciso extinguir para que possamos viver em uma sociedade mais plural e de respeito às diferenças, seja ela de cunho religioso, sexual, gênero, étnico/racial, estético, entre outros. Um Estado, de fato, laico3, sem a interferência de qualquer segmento religioso seria um bom começoEnfim, quando for visitar a sua cozinha lembre-se que ali esta plantada uma gama cultural, e que é a mesma cultura discriminada por certos segmentos que não tem a hombridade de aceitar a diversidade. Negando-a, e tentando abafar a todo custo o que há anos vêm mantendo-se vivo!

Texto enviado por:

 Guilherme Cedro
Graduando em Comunicação Social - Habilitação em Publicidade e Propaganda. PUC Minas - Faculdade de Comunicação e Artes
Militante do CELLOS Contagem (Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual)
Filiado ao CATABA MG (Casa de Cultura e Tradição Afro-brasileira de Minas Gerais) - Ilê Axé Ogunfunmilayo
 

Motumbá Axé,

Babá Mejeuí Erisvaldo D'Ogum
Equede Flávia D'Oxaguian


Assessoria de Comunicação
Luciana D'Oxum / Equede D'Ogum.